O mundo não para de girar... E eu continuo ficando tonta!!!
Em alguns momentos, em doses homeopáticas, essa tonturinha é até boa, mas, em excesso, não permite que recoloquemos os pés no chão. Daí fica difícil...
E ele está girando de um jeito que me dá náuseas... Tudo se mostra fora do lugar. Mesmo o que parece se encaixando, aponta vestígios de que não permanecerá por muito tempo.
Meu lugar, que não é aqui, começa a se desenhar, ainda turvo, no horizonte, que, por sua vez, se demonstra maior agora que a Igreja já não está em pé, e minha casa, aquela ao lado da casa da Vó Zélia, passa a ser especulada, de modo desumano, pelos orgãos públicos.
Uma rua! Tem como acreditar que querem as paredes que cercaram minha infância, meu ponto de referência, para transformar em rua. Uma rua ligando a cidade a lugar nenhum e levando as paredes da minha infância embora! E o desenho de tabuleiro original da cidade, como fica? Preciso ser ouvida, tenho certeza que consigo convencer as autoridades de não cometer esta indelicadeza...
Estou triste, confusa e indignada com o destino se fazendo manhoso pra mim!...
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